Chave,
fechadura,
passa boi&boiada,
arranca a blusa,
joga a calça,
tira brincos & anéis,
a bota direita na sala,
sobre a mesa os papéis,
a água da pia lava a cara e escorre o rímel,
o soutien é pendurado na maçaneta do quarto,
um dedo no enter,
do iTunes para o play,
a bota esquerda ao pé da cama,
o corpo é esquecido sob lençóis floridos
& a banda Radiohead dedilhando delicadamente toda a escuridão
dentro dos meus olhos já fechados.
Amanhã
nasço
Outra
de Mim.
Diários Noturnos
24 de março de 2016
Outono é uma tradução livre
O outono se deitou
embaixo do meu lençol,
com todo o seu romantismo
de arrepios,
o seu hálito de mil ervas
em chá quente,
e o seu nome de flor lilás
em textura de veludo.
Outono é uma tradução livre
do sonho de Shakespeare.
Sonho de uma noite de Outono
guardado a vida toda em segredo.
Outono é isto:
sussurros misteriosos do vento.
O que será que eles dizem?
(Escrito em 24 de Março de 2015)
embaixo do meu lençol,
com todo o seu romantismo
de arrepios,
o seu hálito de mil ervas
em chá quente,
e o seu nome de flor lilás
em textura de veludo.
Outono é uma tradução livre
do sonho de Shakespeare.
Sonho de uma noite de Outono
guardado a vida toda em segredo.
Outono é isto:
sussurros misteriosos do vento.
O que será que eles dizem?
(Escrito em 24 de Março de 2015)
Quinto poema dos SETE POEMAS PORTUGUESES, por Ferreira Gullar
Prometi-me possuí-la muito embora
ela me redimisse ou me cegasse.
Busquei-a na catástrofe da aurora,
E na fonte e no muro onde a sua face,
Entre a alucinação e a paz sonora
da água e do musgo, solitária nasce.
Mas sempre que me acerco vai-se embora
como se me temesse ou me odiasse.
Assim persigo-a, lúcido e demente.
Se por detrás da tarde transparente
seus pés deslumbro, logo nos desvãos
das nuvens fogem, luminosos e ágeis!
Vocabulário e corpo - deuses frágeis-
eu colho a ausência que me queima as mãos.
Ferreira Gullar
ela me redimisse ou me cegasse.
Busquei-a na catástrofe da aurora,
E na fonte e no muro onde a sua face,
Entre a alucinação e a paz sonora
da água e do musgo, solitária nasce.
Mas sempre que me acerco vai-se embora
como se me temesse ou me odiasse.
Assim persigo-a, lúcido e demente.
Se por detrás da tarde transparente
seus pés deslumbro, logo nos desvãos
das nuvens fogem, luminosos e ágeis!
Vocabulário e corpo - deuses frágeis-
eu colho a ausência que me queima as mãos.
Ferreira Gullar
Canonizada em 23 de Março de 2001, Santa Rebeca
Santa Rebeca nasceu em 20 de Junho de 1832, na cidade de Himlaya, Líbano. Seu nome significa "pedrinha". Ao se tornar religiosa, nomeou-se "Rafka". Sua morte aconteceu no dia 23 de Março de 1914, data em que foi consagrada a sua homenagem religiosa. Foi canonizada em 2001 pelo papa João Paulo II. O seu corpo está repousado na igreja do mosteiro de São José, localizado em Grabta, Líbano.
Oração de Santa Rebeca (Rafka)
Ó Senhor Jesus Cristo, nosso Deus,
Tu gravaste a imagem de Tua Paixão na vida Santa Rafka (Rebeca) fazendo dela mestra e operária orando e compartilhando Contigo o Mistério da Redenção.
Aqui estamos, humildemente diante de Ti, orando e pedindo a intercessão de Santa Rafka (Rebeca) para que as crianças sejam abençoadas, os doentes recebam a graça da cura e os que sofrem, a alegria e a felicidade e para que aqueles que oram nas Igrejas e Mosteiros tenham seus pedidos atendidos.
E assim como Tu honraste Rafka (Rebeca) com a visão da Tua Luz Celestial, permita-nos viver como Rafka (Rebeca), que viveu durante toda sua vida na Fé, na Esperança e na Caridade, a fim de que com ela, com a Virgem Maria e todos os Santos, Te glorifiquemos e agradeçamos até o fim dos tempos.
Amém.
Fonte: http://www.santoprotetor.com/santa-rebeca/
13 de março de 2016
AMOR QUE FALTA
Queima
Traga
Inspira
E piro
Faltou sair do teu egoísmo
Faltou sair do teu egoísmo
(Te sobra espelho)
Faltou palavras
(Te sobra silêncio)
Faltou ideias
(Te sobra repetição)
Faltou ação
(Te sobra solidão)
Te transformaste
Te transformaste
em corpo belo
Sem consistência
Já não merece a minha música,
Já não merece a minha música,
minha loucura
Nem meu tempo
ou desejo
Nem merece a dança do meu corpo
ou o sorriso da minha vulva
Nem a minha força
ou rebeldia
Nem mesmo esta poesia
Eu transbordo
Eu transbordo
em amor
Arrisco a segurança
avanço em alto mar
Tenho a profundeza
Tenho a profundeza
da Terra
Tropeçaste
como um Quixote
Sem beira nem eira nem ouro
Bebo esta taça
Bebo esta taça
após o almoço
& meu sangue
me pinta
ruiva inteira
Te afastei de mim
Te afastei de mim
com a minha verdade
Tu, pura ficção,
colocou em teu cachimbo novo
a minha paixão
Queimou
Queimou
Tragou
Inspirou
Não pirou
E eu
E eu
te expirei.
Fiquei sã
& o amor?
13.03.2016
4 de março de 2016
Ato poético do dia 4 de Março de 2016
se o dólar baixou,
meu irmão,
num dia de golpe
baixo,
- de supetão -
te cuida, irmão
você vai rodar
na mão
dos caras
com olhos
vermelhos
de poder
- sem perdão -
feito
um pião,
meu irmão,
feito
um alienado
cidadão!
meu irmão,
num dia de golpe
baixo,
- de supetão -
te cuida, irmão
você vai rodar
na mão
dos caras
com olhos
vermelhos
de poder
- sem perdão -
feito
um pião,
meu irmão,
feito
um alienado
cidadão!
que puta
mal-estar
na civilização
mal-estar
na civilização
alguém
me dê
novo coração
me dê
novo coração
(estou rodando
a saia
na praça,
cantando baixinho
o Blues da Piedade)
a saia
na praça,
cantando baixinho
o Blues da Piedade)
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Quem (sol) eu:
- Rebecca Loise
- 'O ar está tão carregado de espíritos que não sabemos como lhes escapar.'(Goethe in Fausto)