Diários Noturnos

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18 de março de 2017

ADVERTIDA HUMANA AMA


Do acaso sinto, Deus
se por ventura não cometeu 
um sutil desvio
Se, num surto de ciência,
botou em mim o coração
na cabeça
plugou meu cérebro 
nas artérias e veias

Como explicar
o excesso
de amor poético
que desespero
 ao que me viola
por ser puro e belo?

Os passos que caminho
pensados não são
A força da dança eu tiro
nas sinapses irracionais
da rubra cor e ação
Diante do ilógico, ainda digo,
nem morta eu atiro

É raro encontrar
quem me entenda
Gastam rios
Destroem mares
para explicar
os grandes fatos
em gráficos 
estatísticos

E eu não faço 
o menor sentido,
sinto a imensidão, amigo
 de bolso estendido
De graça 
me desgraço

Amor distribuo
como se eu pensasse
que talvez sentisse
que um dia pudesse
acabar com
a luta de classes

Humana ama
do avesso
para cessar
a luta
de classes

Cérebro Taquicardia
Coração guerrilha numa fria

Teus Deus Meus
Febris sentidos
Pensares torcidos
De respirações a desvarios
Tomara que logo pó não vire
do engano ocasional e advertido




18.03.2016

2 comentários:

  1. Intensa e profunda Inspiração divino-humana!

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    1. obrigada intensamente! e olha que escutei aquela do Belchior, "divina comédia humana", hoje...

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'O ar está tão carregado de espíritos que não sabemos como lhes escapar.'(Goethe in Fausto)

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