Diários Noturnos

Diários Noturnos

10 de outubro de 2016

AS ESCÂNDALAS ÍNTIMAS TRALHAS

Porta e janela
Da arquitetura alugada
Abertas sem vergonha
Agora para o céu apontam

Pacífica, exilada da batalha
devolvem a mim o ar,
o tempo para compartilhas
Minhas íntimas tralhas

Outrora ingloriosa, encavernada
Visões de feiuras escuras
Fui respirada na conta
de um calendário sem cura

Os pulmões de meu corpo
na cena fotografada
são pássaros sem medo
de tarja psi fora da caixa

Loucos, livres
Imbecis
Estranhos, insanos
Infantis

Cantam na língua
dos que beijam
Intraduzíveis vidas
com amor de raiz

Respiram pirados
o geográfico espaço
da solitude alargada
com a fita métrica do abraço

Nela ocupam o silêncio
O grito, o espelho quebrado
A flauta da madrugada,
O compositor emperrado


Na solitude eu ocupo
Ocupo sem culpa
Ocupam as escândalas
Íntimas tralhas












Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quem (sol) eu:

Minha foto
'O ar está tão carregado de espíritos que não sabemos como lhes escapar.'(Goethe in Fausto)

Seguidores