Porta e janela
Da arquitetura alugada
Abertas sem vergonha
Agora para o céu apontam
Pacífica, exilada da batalha
devolvem a mim o ar,
o tempo para compartilhas
o tempo para compartilhas
Minhas íntimas tralhas
Outrora ingloriosa, encavernada
Visões de feiuras escuras
Fui respirada na conta
de um calendário sem cura
de um calendário sem cura
Os pulmões de meu corpo
na cena fotografada
são pássaros sem medo
de tarja psi fora da caixa
Loucos, livres
Imbecis
Estranhos, insanos
Estranhos, insanos
Infantis
Cantam na língua
Cantam na língua
dos que beijam
Intraduzíveis vidas
Intraduzíveis vidas
com amor de raiz
Respiram pirados
o geográfico espaço
o geográfico espaço
da solitude alargada
com a fita métrica do abraço
Nela ocupam o silêncio
O grito, o espelho quebrado
A flauta da madrugada,
A flauta da madrugada,
O compositor emperrado
Na solitude eu ocupo
Ocupo sem culpa
Ocupam as escândalas
Íntimas tralhas
Ocupo sem culpa
Ocupam as escândalas
Íntimas tralhas
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