Estou de frente
ao mar.
Chove aqui.
Chove no mar.
A chuva
no mar
movimenta
mais
ainda
as ondas.
O mar
escureceu
suas
águas:
tem o tom
de que delas
surgirá
piratas.
Como
estou
me
sentindo?
Será
que
eu
poderia
me
sentir
como um barco?
Será
que
um
barco
sente?
Será
um
barco?
Não vejo.
Mas sinto.
Um barco
é um arco
que tem
a força
de segurar
o mar.
Porque pesa
a devida
densidade,
levemente
desvia
das ondas
que poderiam
afundá-lo.
O barco
tem a
precisa
leveza,
tem o
preciso
peso
para
ser
sob
as
imprecisões
das ondas.
Sou um barco.
Tenho o mar
todo para
pertencer.
O milagre de
PER
TEN
SER
até que
a âncora
de meus
piratas
finque
equilibrada
na dança
do meu corpo
feito
de ondas.
Lá vem
Lá vai
Lá me vou
As
ondas
on das
on das
on
das
on
d
a
s
de meu corpo.
Diários Noturnos
25 de fevereiro de 2016
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Quem (sol) eu:
- Rebecca Loise
- 'O ar está tão carregado de espíritos que não sabemos como lhes escapar.'(Goethe in Fausto)